domingo, 6 de enero de 2013



AUTOR: Ivan Lins
Nome: Vitoriosa
colaboradora que sempre me cantava esta canção:
MINHA MÃE


Quero sua risada mais gostosa
Esse seu jeito de achar
Que a vida pode ser maravilhosa...
Quero sua alegria escandalosa
Vitoriosa por não ter
Vergonha de aprender como se goza...
Quero toda sua pouca castidade
Quero toda sua louca liberdade
Quero toda essa vontade
De passar dos seus limites
E ir além, e ir além...
Para um expatriado várias coisas são inevitáveis...

Sentir saudade por exemplo, comparar o novo desconhecido com o velho e conhecido, comparar o então novo conhecido do exterior com o conhecido da sua terra natal...
Você pode e faz comparações todo o tempo, até que cruza uma barreira cronológica, a mesma que te levar a experimentar as coisas de seu berço, e a partir disso, você já tem autoridade para falar de uma forma quase indiscutível... mas você não pode, apesar de sua autoridade no assunto, evitar que em cada reunião, em cada conversa, em cada encontro, todos queiram, ainda que seja por um milésimo de segundo, dar sua opinião que está fundamentada em: google, viagem a Bombas de 2003, carnaval no Rio de 94, amigo de amigo de amigo que foi ao Brasil e disse que.... bom, você não poderá jamais, sendo o "estrangeiro" fugir dessa conversa que começa bem e geralmente termina mal.
Ser o forasteiro é um caminho de ida. Você o será sempre estando no país alheio e o pior de tudo é que será também quando regresse ao próprio. Pelo tempo que sua volta seja a novidade, você será aquele que saiu de casa.
Em uma época, por muito tempo, era um forasteiro em meu lugar. Ironia. Demorei anos para descobrir que sempre estarei marginado, aqui, no Brasil e na Conchinchina. Às vezes tomo cerveja, mas gosto mesmo é de Fernet. Por essas e outras tenho que começar a explicar e comparar e usar leis de argumentação para sempre deixar claro que o meu lugar no mundo pode não ser o mesmo lugar do meu coração.